Meus sonhos verdes

Arrisco-me a escrever aqui tudo que penso,sinto,creio e quero.

Tudo que sou eu.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Mutável


Tempo corrente
Segue Feroz
Colecionando vida
Sem pestaneios
Corrido
Vivo
Correndo


Marcos Felipe

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sinto uma saudade do que não me aconteceu..

Seria o ser
Capaz de sintetizar
Absorver
Entender
Sentir a falta
Antes mesmo do presente padecer ?







segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Torpor


Cinzeiro, cigarro
Cigarro, café
Café, pigarro
Rotina cíclica e viciosa.
Suspiros, bocejo.
Arrasto o sofá pro meio da sala

E no fim
Devaneios..


Me incomoda essa mania que as pessoas tem de sempre cultivar o sumo.
Querem sempre a mais gelada
O ano do carro sempre tem de ser corrente.
O diploma ostentado tem de ser sempre o mais pesado.

Céus!
Vocês repararam na nova gravata do seu zé?
Dizem que combina com os $apatos..

Náusea..
Me incomoda..

A cópia da cópia da cópia.
Produção em grande escala.
Egonizam a vida dessa forma..


Lamento.



Marcos Felipe

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Insólito

Água gelada pra curar ressaca já não é suficiente.
Ultimamente tudo tem sido um enorme balde de água fria.
Ate mesmo essa ressaca contínua.

Hora de ir embora.

Voltar pra casa e esquecer essa idéia maluca de que satisfações efêmeras vão me manter de pé.
Curar feridas.

Não sinto alívio por entender a condição.

Também não lamento o fardo que me abraça.
Maldita balança.
Malditos prós.
Benditos contras.

Desgaste psicológico e preguiça social.

Vitamina de inutilidades sufocantes.
Terapêuticas.

Banalidades e clichês em evidência.

Nada disso faz sentido.

Sentir..

Palavra difícil.
Verbo? 
Não me lembro..

Talvez alguém deva se lembrar

Talvez alguma coisa há de mudar
Sempre talvez.
Sempre esperando a minha vez.

Não tem mais graça

Não muda nada
Martírios, martírios 
E nada..

Sorrisos, sorrisos

E um pouco mais de nada.

Passa o tempo

Volto a fita
Reviso os valores
Mudo as coisas de lugar
E adivinha o que acontece ?
Nada.

Um vazio infinito.

Cheio de nada.
Entupido.

Ironia é se perder dentro do seu próprio abrigo.

Triste é procurar partilhar verdade aonde só querem dividir mentiras.

Fadiga.



Marcos Felipe


sábado, 21 de junho de 2014

Nublado


O céu mudou de cor.
O vento até correu.
O Sapato furado, é o primeiro a reclamar.

Então deixa..
Deixa cair o céu.

Sinta o balde de água fria congelar seus medos.
Respire o que sobrar de ar enquanto pode.
E se não sabe nadar, deixa de lado tudo que te prende no mesmo lugar.
Perca os sapatos, machuque seus pés
mas nunca deixe de buscar algum motivo que te leve sempre em frente.

Ou então abrace a chuva e dance com ela ao som do marasmo que te afoga.

Marcos Felipe

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Catálise


Dois dedos de café.
Forte, com um pouco de açúcar.
Quente, eficaz.
Senta, olha pro chão.
Pede um cigarro picado no balcão do bar.
Dois tragos pra aceitar a condição.

Transborda...

A tarde, a cabeça e o cinzeiro cheio de vírgulas mal resolvidas.
Mais uma dose.
De lucidez,  pra variar.
Não quer esquecer o que se empenha tanto em evitar.
Não dessa vez.

Aguarda...

Recupera o fôlego.
O norte, tantas vezes camarada, desistiu de apontar sempre a mesma direção.
Mas não tem pressa não
Tempestade em copo d'água não mata a sede.

Levanta a cabeça
Sorrindo, aperta o passo.
Não liga mais pras pedras no sapato.
Cansou de esperar por noticias daquele abraço apertado que não volta pro lugar.
Deixou na mesa as chaves de casa, o passado e a conta à pendurar.

Entendeu.
Foi buscar.


Marcos Felipe

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pra me situar


Não sabe mais o que te faz feliz
Não sente mais o que nos faz seguir.
Não volto mais pra te salvar de ti.
Já não sei mais o que tirou de mim.
Se está em paz, é hora de partir.

Leve embora os abraços
Jogue fora aquelas tardes
Sinta amargar todas as palavras que perdemos no tempo.
Conte pro vento sobre tudo que não somos.

Decidi ficar
Sorrir
Ver o céu cair
Sem pressa
Sem pressa.

Marcos Felipe.